Se eu fosse um filme
por Fernando Gil Paiva
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhekTKQfVmA1Ff5MRQNE52LI9VEM4KJj9D9vzq4-XqTqNdAs6Uad-E7v5fc2ucxdX2_ZOZh4sl6__xhCdUrx_2fwArPUI9GOKhC3wu5-4c-Sm5rATBzD4aFSJCzgrhId2Qf909pBV0stm72/s400/purplerose.jpg)
Quando lemos um livro e depois de uns anos temos a chance de lermos de novo, é certo que a história será diferente, a percepção e o gosto. O fato de que mudamos faz com que o livro também mude. As subjetividades, afinal, são outras. O mesmo também é para um filme. Hoje você vê um filme que tinha visto há muito tempo atrás. No início a história está meio perdida, desconexa, mas depois se faz o ideal da reconstrução. Diante de uma história pela segunda vez, temos a capacidade de vê-la por uma segunda vez, com um segundo olhar.
Com isso, diante da necessidade da transição do ser humano e das próprias mudanças que são inerentes, fiquei pensando que, se eu fosse um filme... Que filme eu seria? Não me venho a cabeça outro que não fosse A Rosa Púrpura do Cairo (1985, de Woody Allen). O filme expressa de modo único o elo entre aquilo que é real e o que é ficcional. Na história protagonizada por Mia Farrow e Jeff Daniels, o personagem de cinema atravessa a película do filme consternado pela tristeza de uma espectadora assídua.
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Desde criança nunca foi novidade que minha imaginação mais estivesse para lá da película do que para cá. Escrevo desde o final dos seis anos e minhas histórias rondavam o mundo de pessoas voadoras, animais que tinham inveja de outros, famílias no natal, casas de dois andares com elevador e mais algumas “viagens”. Bom, isso nunca desapareceu. Hoje continuo escrevendo e não irei parar. Se o elo era sutil, hoje com o tempo livre me transporto por completo para meus personagens e para o que eles se destinam a viver.
Eu sou o personagem que está em frente a tela e sou aquele que dela sai.
Duplicidade real irreal. Tocável intocável.
Duplicidade real irreal. Tocável intocável.
O filme dentro do filme que Woody Allen escolhera para ser o elo era Rosa Púrpura do Cairo...
Meu elo talvez ainda não tenha nome de filme, mas tem a informação que se explica pelas palavras do sociólogo francês Michel Maffesoli: “Todo mundo é de um lugar e crê, a partir desse lugar, ter ligações, mas para que esse lugar e essas ligações assumam todo seu significado, é preciso que sejam, realmente ou fantasiosamente, negados, superados, transgredidos”.
Ual!! Mágico, esplêndido, incomum! Confesso que sempre soube que vc ia além das peliculas rsrs Mesmo que poucos entendam a sua "viagem" com certeza já veleu a pena!!
ResponderExcluirSiiimmmm claro! Sua imaginação sempre foi pra lá da película,hehe adoro isso!
ResponderExcluirMas o que eu mais gosto mesmo, e acho que isso é uma característica só sua, é vc gostar de observar as expressões das pessoas qdo assistem filmes, e fico pensando... será que ele...na loucura da sua imaginação está nos vendo dentro de outro filme?!!
vai saber o que se passa na mente desse querido "louco" poeta do bem!
Que bom que vc existe e torna tão permissível nossas "viagens"!
Obrigada Nando!