quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Alguns realmente sabem o que é cinema!

por Fernando Gil Paiva

Consigo contar e relembrar com clareza e emoção os últimos filmes que me fizeram sair do cinema anestesiado num grau muito superior aos demais. Os três últimos que me lembro foram Piaf - Um Hino ao Amor (La Vie En Rose, direção de Olivier Dahan e com a melhor atuação feminina até então de Marion Cotillard ), Desejo e Reparação (Atonement, direção de Joe Wright e adaptado da obra de Ian McEwan), ambos de 2007; e a obra de arte francesa do diretor Julian Schnabel e interpretada por Mathieu Amalric, O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon - 2008, fora dos cinemas). Desde então, muitíssimos filmes bons surgiram, mas algo diferente foi feito. Algo muito refinado para se contemplar apenas uma vez (eu já fui vê-lo pela segunda vez).

Christopher Nolan, 40 anos,  também diretor de Batman - O Cavaleiro das Trevas e que já está no preparo de mais um, traz ao cinema uma experiência de próprio cunho e criação chamada A ORIGEM, ou A INSERÇÃO, traduzida do título original INCEPTION. Como sempre prefiro fazer, evitei as pequenas sinopses e folhetins e fui apenas com os artefatos que me moveram para tal, o diretor, atores, especialmente Marion Cotillard, mas não diminuindo Michael Caine, Ellen Page, Leonardo Di Caprio, Ken Watanabe, Cillian Murphy, entre outros que foram igualmente marcantes. 


Também não quero ser um spoiler ou falar demais sobre o filme - justamente porque ele MERECE! ser visto! Mas falar sobre sonhos e suas experiências, afinal, nos hipnotizar sem qualquer dificuldade por 148 minutos não é para qualquer um, e não seguraria aqueles mais distraídos ou menos capacitados para um trama um pouco mais complexa. A Origem nos faz  perceber para que é o cinema, qual o seu devir, e por qual motivo existe a sétima arte. São obras espetaculares como essa que nos fazem enxergar a relevância dessa arte, que nos fazem sonhar na realidade e nos fazem querer continuar sonhando quando o filme acaba e volta a realidade.

Non, Je Ne Regrette Rien de Edith Piaf, também nunca mais será a mesma quando eu for ouvi-la. Meus sonhos talvez também não sejam mais apenas do ato ou verbo sonhar: eu sonho, tu sonhas, ele sonha e fica por isso mesmo em contar-nos os sonhos. É importante que, como ferramenta do conhecimento e da inteligência, o cinema possa mostrar suas funções e mover-nos para coisas que não nos atentaríamos. A Origem me fez mover, fez com que eu ficasse não apenas as horas depois do filme, mas ainda agora estou pensando, alguns dias depois de tê-lo visto e depois de tê-lo visto de novo... Há um tanto de perfeição que merece ser reverenciada! Assista ao filme e depois volte para confirmar algo que é certo para mim, digno deste post com final Kubrickiano!


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Agora já nasceu!


Como já havia mencionado anteriormente, SONORA é o meu primeiro livro lançado! Depois de seis anos desde as primeiras idéias e primeiros rascunhos, depois de várias tentativas para publicá-lo... agora SONORA está disponível para venda!


Abaixo, o texto contido na orelha:

Ana conseguia imaginar sua filha Mena em situações bem diferentes. Quando Mena ia à praia com ela, sentavam nas pedras e sentiam a água do mar espirrando contra seus pés e roupas. Nos aniversários de Mena em que ela sempre ficava ofegante atrás de seus presentes e tentando descobrir as surpresas das festas surpresa. Quando a filha voltava da escola distraída ou com raiva do Pedro, Juan ou qualquer outro. Mena pendurada nos braços do pai brincando de avião e equilibrando-se para não cair. Como foi dito, Ana conseguia imaginar Mena em situações bem diferentes. Ela abriu a agenda que estava em suas mãos, havia uma rosa, não mais vermelha como sangue, mas marrom, seca do tempo, seca de vida. Mesmo assim bela, intacta, ainda continha o todo de sua filha: talvez um pouco de ar respirado por ela após a busca do aroma, talvez um grão de sal seco de uma gota do mar que espirrara e ali ficara escondida, alimentando-a até a morte. Ana imaginava muitas situações diferentes e atropelava-se em pensamentos. Se outra gota de água que caísse na rosa seca pusesse nesta a vida, talvez, nessa mesma instância, teria sua filha de volta. Ela se perguntava sempre se ainda veria Mena fazendo todas aquelas coisas que imaginou e que nunca aconteceram. Às vezes, algumas pessoas têm de malhar mais o coração que outras. Ana faria isso até o dia que dessem a ela a resposta que não sumia: onde está a minha filha?

Você pode adquirir o livro entrando em contato pelo meu e-mail:
nandopaiva2@hotmail.com

O valor do livro é de R$25,00 + frete (para outras localidades que não Cuiabá)
Garanta o seu! EDIÇÃO LIMITADA!